sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bruninha vence e fica a uma vitória das semifinais no tênis de mesa

.31/08/2012 19h07 - Atualizado em 31/08/2012 19h32 Brasileira de 17 anos sonha ser olímpica em 2016, no Rio de Janeiro Por GLOBOESPORTE.COM Londres Comente agoraBruna Alexandre, a Bruninha, conquistou a única vitória brasileira no tênis de mesa nesta sexta-feira nas Paralimpíadas de Londres e agora está a um jogo das semifinais da classe 10, para amputados. A catarinense derrotou a francesa Audrey Le Morvan por 3 a 1 e vai enfrentar a australiana Melissa Tapper. Bruninha tem 17 anos e sonha se classificar tanto para os Jogos Paralímpicos quanto para os Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro. A inspiração é a polonesa Natalia Partyka, campeã paralímpica em Atenas-2004 e Pequim-2008. Ela disputou Sydney-2000 com apenas 11 anos.
Bruninha vai disputar vaga nas semifinais neste sábado (Foto: Reuters)

Polonesa bota Pistorius no bolso e diz: ‘Deficiência não é fim do mundo’

31/08/2012 07h47 - Atualizado em 31/08/2012 09h22 Segunda paralímpica a disputar duas Olimpíadas, Natalia Partyka frisa ser tão estrela quanto sul-africano e cogita priorizar provas convencionais no Rio Por Cahê Mota Direto de Londres, Inglaterra Comente agoraO nome, sem maiores explicações, pode não representar muito sem aquela habitual pesquisa pela internet: Natalia Partyka. Provavelmente, nem mesmo a dica de que se trata de uma atleta paralímpica ajudaria muito. Ao contrário, por exemplo, da imponente “marca” Oscar Pistorius. Pois é, mas nem mesmo o sul-africano foi capaz de quebrar tantas barreiras como essa mesatenista polonesa. Com apenas 23 anos, ela busca em Londres o terceiro ouro em Paralimpíadas, na classe 10. Conquista até certo ponto iminente para quem bate no peito e se orgulha de ter no currículo duas participações nos Jogos Olímpicos. Natalia Partyka enm ação nas Olimpíadas deste ano (Foto: Agência AP)Campeã paralímpica em Atenas-2004 e Pequim-2008 (além de ter disputado Sydney-2000 com apenas 11 anos), Natalia pegou carona no “efeito Pistorius” e abriu os olhos do mundo ao chegar a terceira fase do torneio de simples das Olimpíadas de Londres. Na China, quatro anos antes, entretanto, a polonesa já tinha realizado a façanha de competir entre os convencionais. Já na Inglaterra, ela faz história ao repetir uma marca até então só alcançada pela americana Marla Runyan, deficiente visual que disputou os 1.500m metros entre olímpicos em Sydney-2000 e Atenas-2004. - Eu sou uma grande prova de que nada é impossível. Nada. Se você for deficiente ou não, você é capaz de fazer tudo que quiser. Talvez, algumas pessoas vão ter que trabalhar mais duro do que outras, mas uma deficiência não é o fim do mundo – declarou Partyka, que nasceu sem parte do braço direito. A polonesa divide com Pistorius condição de estrela em Londres (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Favorita absoluta ao tri paralímpico, a polonesa, no entanto, garante não ter problemas com o assédio maior em cima de Pistorius. Apesar de admitir não saber o porquê da diferença de tratamento, ela sorri e garante se preocupar somente com seu jogo. Postura talvez de quem saiba que em quatro anos se tornará a primeira pessoa com deficiência a disputar três Olimpíadas. Mesmo que isso signifique dar um tempo no movimento de origem. - O mais importante para mim é voltar a participar das Olimpíadas. Já ganhei duas vezes as Paralimpíadas, estou buscando a terceira... Lógico que quero jogar e vencer mais uma vez, mas não tenho mais uma grande motivação como ainda tenho para os Jogos Olímpicos. Depois de vencer com facilidade (como de costume) a turca Umran Ertis em sua “reestreia” em Londres, Natalia Partyka atendeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM para entrevista exclusiva e cheia de personalidade. Consciente, a mesatenista admitiu ser, sim, um dos grandes nomes das Paralimpíadas, confessou também ser a grande favorita na luta por mais um ouro e relembrou o momento mais marcante de sua participação olímpica. Confira abaixo todo bate-papo: saiba mais Conheça as modalidades paralímpicas Entenda os critérios de classificação funcional dos atletas nas Paralimpíadas Qual o sentimento de voltar a este local após disputar as Olimpíadas? É muito legal voltar aqui. Principalmente por já saber como tudo funciona. Conheço a mesa em que vou jogar, a atmosfera, e isso tudo me ajuda bastante. Tenho boas lembranças das Olimpíadas. Poder voltar e jogar aqui novamente é uma felicidade. O que vem a sua mente quando pisa novamente no Excel? Quais as principais lembranças? Lembro que fiquei muito surpresa com meu primeiro jogo. Foi a última partida do dia e tinha muita, muita gente. Foi muito tarde, no fim da noite, e ainda começou com atraso. Sinceramente, achei que ia jogar para poucos e 90% do público esperaram e ainda torceu por mim. Foi incrível. Eu realmente não esperava. Normalmente, competições de tênis de mesa são vistas por 10, 20 pessoas, mas nas Olimpíadas estava lotado. Nossa, foi incrível. Mesmo sendo favorita destacada, Partyka não perde o foco nas Paralimpíadas (Foto: Reuters)Você já parou para pensar que você e Oscar Pistorius são as maiores estrelas dessas Paralimpíadas? Eu sei disso, mas procuro não pensar muito. Eu só quero jogar o melhor que eu posso. Tento manter o foco nisso. Quando começo a jogar, nada mais importa. Nem sei como explicar. Lógico que isso é legal, mas é normal para mim. Só penso em jogar. Na Vila Paralímpica, no convívio, alguma coisa mudou desde Pequim, quando você começou a jogar as duas competições? Pedem para tirar fotos, há assédio? Não, não. Há muitos grandes atletas. Provavelmente, eles me reconhecem, mas sou como todos. Você conseguiria explicar o motivo de tanta gente falar e valorizar o feito de Pistorius e te deixar um pouco “escondida”? Não. Não sei (risos). Talvez por ele ser do atletismo, que é mais popular que o tênis de mesa. Ou então por tentar ir para Pequim e não terem deixado. Ah, não sei...

Polonesa bota Pistorius no bolso e diz: ‘Deficiência não é fim do mundo’

31/08/2012 07h47 - Atualizado em 31/08/2012 09h22 Segunda paralímpica a disputar duas Olimpíadas, Natalia Partyka frisa ser tão estrela quanto sul-africano e cogita priorizar provas convencionais no Rio Por Cahê Mota Direto de Londres, Inglaterra Comente agoraO nome, sem maiores explicações, pode não representar muito sem aquela habitual pesquisa pela internet: Natalia Partyka. Provavelmente, nem mesmo a dica de que se trata de uma atleta paralímpica ajudaria muito. Ao contrário, por exemplo, da imponente “marca” Oscar Pistorius. Pois é, mas nem mesmo o sul-africano foi capaz de quebrar tantas barreiras como essa mesatenista polonesa. Com apenas 23 anos, ela busca em Londres o terceiro ouro em Paralimpíadas, na classe 10. Conquista até certo ponto iminente para quem bate no peito e se orgulha de ter no currículo duas participações nos Jogos Olímpicos. Natalia Partyka enm ação nas Olimpíadas deste ano (Foto: Agência AP)Campeã paralímpica em Atenas-2004 e Pequim-2008 (além de ter disputado Sydney-2000 com apenas 11 anos), Natalia pegou carona no “efeito Pistorius” e abriu os olhos do mundo ao chegar a terceira fase do torneio de simples das Olimpíadas de Londres. Na China, quatro anos antes, entretanto, a polonesa já tinha realizado a façanha de competir entre os convencionais. Já na Inglaterra, ela faz história ao repetir uma marca até então só alcançada pela americana Marla Runyan, deficiente visual que disputou os 1.500m metros entre olímpicos em Sydney-2000 e Atenas-2004. - Eu sou uma grande prova de que nada é impossível. Nada. Se você for deficiente ou não, você é capaz de fazer tudo que quiser. Talvez, algumas pessoas vão ter que trabalhar mais duro do que outras, mas uma deficiência não é o fim do mundo – declarou Partyka, que nasceu sem parte do braço direito. A polonesa divide com Pistorius condição de estrela em Londres (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Favorita absoluta ao tri paralímpico, a polonesa, no entanto, garante não ter problemas com o assédio maior em cima de Pistorius. Apesar de admitir não saber o porquê da diferença de tratamento, ela sorri e garante se preocupar somente com seu jogo. Postura talvez de quem saiba que em quatro anos se tornará a primeira pessoa com deficiência a disputar três Olimpíadas. Mesmo que isso signifique dar um tempo no movimento de origem. - O mais importante para mim é voltar a participar das Olimpíadas. Já ganhei duas vezes as Paralimpíadas, estou buscando a terceira... Lógico que quero jogar e vencer mais uma vez, mas não tenho mais uma grande motivação como ainda tenho para os Jogos Olímpicos. Depois de vencer com facilidade (como de costume) a turca Umran Ertis em sua “reestreia” em Londres, Natalia Partyka atendeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM para entrevista exclusiva e cheia de personalidade. Consciente, a mesatenista admitiu ser, sim, um dos grandes nomes das Paralimpíadas, confessou também ser a grande favorita na luta por mais um ouro e relembrou o momento mais marcante de sua participação olímpica. Confira abaixo todo bate-papo: saiba mais Conheça as modalidades paralímpicas Entenda os critérios de classificação funcional dos atletas nas Paralimpíadas Qual o sentimento de voltar a este local após disputar as Olimpíadas? É muito legal voltar aqui. Principalmente por já saber como tudo funciona. Conheço a mesa em que vou jogar, a atmosfera, e isso tudo me ajuda bastante. Tenho boas lembranças das Olimpíadas. Poder voltar e jogar aqui novamente é uma felicidade. O que vem a sua mente quando pisa novamente no Excel? Quais as principais lembranças? Lembro que fiquei muito surpresa com meu primeiro jogo. Foi a última partida do dia e tinha muita, muita gente. Foi muito tarde, no fim da noite, e ainda começou com atraso. Sinceramente, achei que ia jogar para poucos e 90% do público esperaram e ainda torceu por mim. Foi incrível. Eu realmente não esperava. Normalmente, competições de tênis de mesa são vistas por 10, 20 pessoas, mas nas Olimpíadas estava lotado. Nossa, foi incrível. Mesmo sendo favorita destacada, Partyka não perde o foco nas Paralimpíadas (Foto: Reuters)Você já parou para pensar que você e Oscar Pistorius são as maiores estrelas dessas Paralimpíadas? Eu sei disso, mas procuro não pensar muito. Eu só quero jogar o melhor que eu posso. Tento manter o foco nisso. Quando começo a jogar, nada mais importa. Nem sei como explicar. Lógico que isso é legal, mas é normal para mim. Só penso em jogar. Na Vila Paralímpica, no convívio, alguma coisa mudou desde Pequim, quando você começou a jogar as duas competições? Pedem para tirar fotos, há assédio? Não, não. Há muitos grandes atletas. Provavelmente, eles me reconhecem, mas sou como todos. Você conseguiria explicar o motivo de tanta gente falar e valorizar o feito de Pistorius e te deixar um pouco “escondida”? Não. Não sei (risos). Talvez por ele ser do atletismo, que é mais popular que o tênis de mesa. Ou então por tentar ir para Pequim e não terem deixado. Ah, não sei...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Brasil não tem bom início na disputa por equipes do hipismo em Londres

No primeiro dia das Paralimpíadas, Elisa Melaranci fica na 20ª posição da classe II, enquanto Davi Salazar é nono e Marcos Alves é 11º na classe Ib Por GLOBOESPORTE.COM Londres, Inglaterra Comente agorasaiba mais Entenda os critérios de classificação funcional dos atletas nas Paralimpíadas Conheça melhor as 20 modalidades O Brasil não teve um início muito bom na competição mista por equipes do hipismo nas Paralimpíadas de Londres. Na classe II, Elisa Melaranci terminou a disputa na 20ª posição entre 22 atletas na competição por equipes. Na classe Ib, Davi Salazar foi o nono, e Marcos Alves, o Joca, ficou em 11º entre 15 participantes. A equipe brasileira conta ainda com Sérgio Oliva, que estreia nesta sexta-feira na classe Ia. O resultado final é uma combinação das três melhores pontuações das provas por equipe e individuais e só será conhecido no dia 4 de setembro, último dia de disputas do hipismo. Elisa Melaranci, montando Zabelle, foi a primeira representante do país na arena do Greenwich Park para a competição mista por equipe. Nascida em Roma, na Itália, a atleta de 23 anos entrou na equipe titular há menos de um mês, no lugar de Vera Lúcia Mazzilli, e ficou na 20ª posição, com aproveitamento de 59,905%.
Davi Salazar ficou na nona colocação classe Ib nesta quinta-feira (Foto: Patrícia Santos / CPB)- Como eu ainda não tenho muita confiança com a minha égua, tentei me fixar, me concentrar, ficar só eu e ela nessa pista. Não estou muito satisfeita com o resultado, ela estava um pouco com medo. Mas eu consegui controlar a égua e continuei até o final - explicou Elisa. Mais tarde, Davi Salazar teve o melhor desempenho brasileiro, montando Dauerbrenner, ficando em nono na classe Ib com aproveitamento de 66,682%. Marcos Alves ficou logo atrás, no 11º lugar, com 65,682% montando Luthenay de Vernay.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Quebrando as barreiras

Estrela maior das Paralimpíadas, o velocista sul-africano quebrou barreiras ao lado da mesa-tenista polonesa Natalia Partyka ao participar dos Jogos Olímpicos de Londres e colocar em evidência as habilidades dos portadores de deficiência diante de esportistas “convencionais”. Semifinalista nos 400m rasos e finalista no revezamento 4 x 400m, Pistorius realizou na Grã-Bretanha um sonho que foi acompanhado de perto por amantes do esporte nos últimos quatro anos e contribuiu (bastante) para que as Paralimpíadas de 2012 garantissem antecipadamente o maior público de sua história. Se Pequim-2008 já foi um “ponto fora da curva” com arenas lotadas e presença recorde de 1.8 milhão de torcedores, em Londres a exceção começa a virar regra. Com três semanas de antecedência, 2.1 milhões de ingressos já tinham sido vendidos, garantindo uma lotação de cerca de 80% nas disputas que acontecem até o próximo dia 9 de setembro. Brasil projeta inédito sétimo lugar E se Londres surge como palco da maior profissionalização do movimento paralímpico, o Brasil chega à capital britânica no embalo dessa tendência e com a perspectiva de realizar a melhor campanha de sua história. Enquanto no mundo olímpico a realidade ainda está distante do primeiro escalão, no esporte para portadores de deficiência o país é uma potencia emergente que tem como meta alcançar a sétima posição no quadro de medalhas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Têns de mesa

Hipismo

09/02/2012 O mês de fevereiro começa com uma ótima notícia para o esporte paraolímpico brasileiro. O País já tem 117 vagas garantidas para os Jogos Paraolímpicos de Londres, que acontecem entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro. O número deve aumentar ainda mais. No entanto, diferente de Pequim, em 2008, quando o Brasil levou 188 atletas, neste ano a meta é prezar mais pela qualidade do que pela quantidade. "Já temos um número expressivo no começo do ano. Já estamos qualificados em 15 modalidades e estamos na briga por vagas na esgrima, tiro com arco, halterofilismo e tênis em cadeira de rodas. É um início de ano, sem dúvida, animador. Nosso objetivo não é ter a maior delegação, mas sim a melhor para alcançarmos nossas metas técnicas em todas as modalidades e nosso objetivo de ficar em sétimo no quadro geral de medalhas", afirmou o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons. Com 13 vagas certas, duas a mais que em Pequim, o presidente da Confederação Brasileira Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, está entusiasmado com a evolução da modalidade. "Hoje são 13, mas podemos chegar a 15. O número é expressivo e mostra evolução do tênis de mesa brasileiro. Levamos 11 atletas para Pequim e conseguimos uma medalha de prata. No Parapan, conquistamos 57% das medalhas de ouro possíveis e estamos confiantes no desempenho dos nossos atletas. Teremos 50% de renovação na Seleção Brasileira desde a última Paraolimpíada. Temos uma equipe bem preparada, que tem participado de vários abertos nos últimos dois anos e se destacado. Os mais novos chegarão em Londres com experiência", disse Azevedo. Entre as dez maiores potências do mundo no hipismo, o Brasil tem garantidas quatro vagas em Londres. Três delas já têm dono. "Recebemos a notícia na sexta-feira e estamos muito animados. Nossa expectativa era conseguir esse número de vagas e o desempenho do Brasil no torneio qualificatório da Itália, no ano passado, foi fundamental. Representarão o Brasil no Adestramento os cavaleiros Marcos Alves (o Joca), Sérgio Oliva e a amazona Vera Mazzilli. A quarta vaga será definida entre os dias 18 e 22 de abril, no torneio internacional que acontecerá em Brasília", afirmou Marcela Parsons, diretora da modalidade no Brasil

sábado, 18 de agosto de 2012

Têns para cadeirante

Carlos Alberto Chaves dos Santos está na sua terceira Paraolimpíada e defenderá o Brasil na equipe de Tênis em cadeira de rodas; Santos também já integrou a equipe nacional de basquete e praticou diversas modalidades Funcionário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) foi convocado para os Jogos Paraolímpicos de Londres 2012. Carlos Alberto Chaves dos Santos defenderá o Brasil na categoria Tênis em cadeira de rodas. O servidor pratica tênis há nove anos, o atleta já praticou outras modalidades como basquete, natação, pólo-aquático, atletismo e vôlei. Carlos faz parte com outros seis atletas da Seleção Brasileira de Tênis em cadeira de rodas que representarão o Brasil. Carlos Alberto tem vasta experiência em competições e já está na sua terceira Paraolimpíada, Santos conta que antes fazia parte da Seleção Brasileira de Basquete em cadeira de rodas, mas, em 2003, resolveu pedir afastamento da equipe para tentar uma vaga pelo Tênis em cadeira de rodas nos Jogos Paraolímpicos de Atenas em 2004. A decisão foi acertada, com muito esforço e dedicação, o tênis levou o atleta a sua primeira Paraolimpíada. A Delegação Brasileira para os Jogos Paraolímpicos de Londres 2012 será formada por mais de 300 pessoas entre 182 atletas (115 homens e 67 mulheres), além de guias, técnicos, auxiliares e profissionais na área de saúde.

domingo, 12 de agosto de 2012

Escola para Surdo

Por LUIZ ALBÉRICO B. FALCÃO Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária, significativamente Ser especial, como todos nós. FALCÃO, 2006 Palavras-chave: Educação de surdos, inclusão social, formação de educadores bilíngües Deaf education, education, social inclusion Introdução Abordar a temática da vida dos surdos nos últimos 20 anos é uma odisséia e um risco. Odisséia porque nunca, em tão pouco tempo, a visibilidade da heterogeneidade e a diversidade estiveram tão presentes na vida dos brasileiros, risco porque atentamos para a ousadia e possíveis erros de não agradar a todos ou mesmo também, em alguns momentos deixarmos de referendar tamanhos valores na literatura e na ciência. Estudiosos que voltados ao ensino, à educação, à família e à vida em sociedade dos surdos não poderiam deixar de serem referenciados, são pesquisadores como TEREZINHA NUNES nossa conterrânea e outros pesquisadores: MORENO, BRYANT, BULL, MARSCHAK E VALLEE, SKLIAR, VYGOTSKY, LURIA e LEONTIEV na Europa e na América do Sul. No Brasil, não poderiam ser esquecidos, MÁRCIA GOLDFELD, EULÁLIA FERNANDES, TÂNIA FELIPE, MARIANA STUMPF concluídos seus estudos de doutorado em Porto Alegre, FABIANO cursando o mestrado na UFSC, entre outros. O “boom” na visibilidade das pessoas surdas, portanto veio a acontecer justamente no final do milênio, entre a década 80 e 2000 se espalhando por todas as esquinas do nosso “brasilzão” e, mais ainda, a partir da publicação recente de lei e decreto, respectivamente, de reconhecimento e regulamentação da Libras – Língua Brasileira de Sinais, que legitimam a luta social pelo respeito às diferenças e a diversidade. Os mecanismos de acessibilidade, portanto, são recentes e sujeitos a muitas dúvidas e incertezas até porque, uma mudança de paradigma não ocorre por Decreto, a fase de transição é demorada e construída com “trincheiras” que muitas vezes se atropelam pela ânsia do fazer acontecer, além da influência cultural herdada por nossos patrícios de (re-)construção pacífica e cíclica da nossa história. O grande aspecto positivo desta odisséia é a de proporcionar atividades que levam a reflexão por serem extremamente importantes para a construção de argumentos e fundamentação uma vez que, somos formadores de opinião e esta linha de pesquisa além de ser muito recente, se apresenta com uma diversidade muito peculiar de uma sociedade plural e multicultural, ambiciosa e inquieta, culturalmente rica, mas pobre de leitura e de leitores que sedimentem os saberes vivenciados numa prática mais profícua e duradoura. Uma coisa é certa, o trem da história não passou por aqui sem registrar tamanha façanha de contemplar o surdo falar com todos os seus gestos, amar com todos os seus sentidos, viver com toda a sua alma, sonhar com toda a nossa gente em harmonia societária significativamente em Ser especial como todos nós. A Diversidade No cenário escolar não é exclusividade a presença de surdos, existe toda uma diversidade de gêneros, etnias, alunos com dificuldades de aprendizagem e necessidades educacionais especiais desde a hiperatividade, autistas, transtornos e déficits de aprendizagem, crianças superdotadas, com deficiências sensoriais, motoras, mentais, múltiplas deficiências e os surdos que por sua vez não devem mais serem vistos como culturalmente são identificados na sociedade participantes do grupo das “pessoas com deficiência”, fato este, que requer um atendimento clínico, por refletir-se no modelo terapêutico de uma patologia, contudo, trata-se de alguém que possui uma diferença, Apresentam um canal visual-gestual de comunicação. O estigma de o surdo ser uma pessoa deficiente resolveu, no passado, um problema político ideológico de verticalização e afastamento do “defeito” daquilo que é “perfeito” e “produtivo”. Historicamente veio provocando discriminação, preconceito, conflitos sociais e cognitivos irreparáveis. Este modelo manteve-se alijado da sociedade civil e perdurou durante séculos, a mercê dos ditames políticos que historicamente prestigiaram o poder e a perfeição do belo pelo olhar do mercado, do consumo e do bem capital, como privilégio daquele que melhor produz e mais rapidamente consome para poder ser (re-)aproveitado na frente de produção de qualquer indústria “fabricareira” de produtos humanos. Esta indústria modelar tem nome e endereço certo, tem receita, recursos, produção de massas e ainda é legitimada pelo sistema ideológico vigente, esta indústria chama-se e-s-c-o-l-a. Das diferentes formas de como lidar com cada uma das especificidades humanas, nas sedes destas diversas “indústrias modelares”, também não se podia esperar pela excelência dos centros formadores, pois nem eles, ou ninguém soube o que fazer ou como proceder com “máquinas defeituosas” que não poderiam mais ser lançadas para reciclagem ou acumuladas aos lixos inorgânicos, se dantes eram lançados em cubículos escuros à própria sorte da vida e mantidos, em alguns casos, pela assistência previdenciária do país, hoje reverberam conhecimento científico, cultura, produção social e acumulam riquezas, pagam impostos, são visíveis. No tocante ao planejamento e modelos de fabricação produzidos na escola, ainda apresenta-se “maquetipado” por um denominador curricular indiferente aos vislumbres e habilidades que por ventura surgiriam, não do nada, mas de forças interiores que justificam a natureza e a vida no planeta Terra. A diversidade cultural da população brasileira tem uma característica mais atual e incomum de convivência pacífica, mas não submissa e nem subserviente. O modelo multicultural é uma perspectiva humanizadora e contempla a natureza da humanidade. Assim, oportunizar nos espaços sociais uma leitura de mundo neste direcionamento é antes de tudo valorar a vida em harmonia na sociedade. As diversas conquistas das pessoas surdas tanto no mercado de trabalho como nas universidades ainda não garantem acesso nem inclusão social para os surdos. Os movimentos sociais ainda permitem-se existir pela desigualdade de direitos e falta de atenção diferenciada que promova a interação social com consciência cidadã. Modelos de Inclusão Bilíngüe e a Escola Numa abordagem sensível e humanizadora, procura-se potencializar no educando oportunidades e habilidades pessoais. Assim, o entendimento sai da esfera do preconceito e da discriminação da pessoa com deficiência, e se qualifica pela oportunidade e respeito de ser diferente despertando para novas formas de interação com o mundo e com relação aos surdos, numa perspectiva lingüística de comunicação, expressão, percepção e interação com o meio, enquanto cidadão consciente, participativo e interativo através da Libras – Língua Brasileira de Sinais oficialmente reconhecida como língua materna dos surdos. Aprende-se Libras para conhecer melhor as pessoas, o mundo, o pensamento, refletindo, construindo e constituindo-se de amor e respeito pelas diferenças. Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver. Nesta perspectiva de agregar valores além da Língua Portuguesa, a Libras se apresenta como intensificador da formação bilíngüe, Libras e Língua Portuguesa. Desperta-se com um salto qualitativo no ensino público superior em alguns estados brasileiros, e ainda mais, na qualidade da formação profissional e educação continuada das diversas profissões e espaços sociais existentes sensíveis e aflitos pela concretização por mudanças sociais. A Formação de Educadores e a Educação de Surdos A educação inclusiva na educação de surdos no final do século passado apresentava a oralidade como fundamentação pedagógica, não existia a figura do intérprete em sala de aula e os surdos eram discriminados e marginalizados pela grande maioria das pessoas justamente por não saberem como lidar com esta especificidade, o ciclo vicioso confirmava a deficiência e o atraso na aprendizagem, não se aprendia como lidar, como se comunicar e a quem servir enquanto modelo verticalizado de ensino e formação. Os saberes docentes eram baseados na criatividade e na sensibilidade pessoal e quem deteve este conhecimento, se mantinha manipulador das tendências pedagógicas, fato que, ainda se observa na maioria dos conteúdos curriculares dos cursos de formação de professores e educação continuada, num modelo conceituado como terapêutico por se reconhecer e valorizar os aspectos nosológicos e medicamentosos cujo conteúdo se apresenta híbrido e monopolizado e por vezes manipulador como formador de opinião. Uma alternativa salutar para este impasse entre os saberes espontâneos e os científicos (re-)surge com a universalização da Libras e a sua oficialização nos cursos de formação de professores e demais cursos de educação, licenciaturas e fonoaudiologia. Os centros de formação e as universidades recebem a responsabilidade de transpor este modelo casuístico e conteudista, contudo, não existem profissionais qualificados para este fim, é como se rodassem em círculos, alimentando-se da própria inoperância. Não houve formação ao longo da história. Os recursos humanos são insuficientes e inoperantes para atender ao mercado. Eis o dilema: não existem surdos (qualificados para o ensino superior) para a educação de surdos. São muitas dificuldades por falta de surdos nos cursos universitários e de pós-graduação. Pela falta de adequação curricular, muitos desistiram por não conseguirem transpor a barreira da formalização dos conhecimentos através da escola. A responsabilidade do ensino dos surdos ainda vai permanecer por muito tempo nas mãos dos ouvintes, segundo o modelo universitário vigente no país, a formação de professores ouvintes fluentes em Libras permanecem assumindo este ensino até que algum dia os surdos consigam, de forma universal assumir o seu papel social de professor e pesquisador universitário. Inclusão x Exclusão Social O conceito de inclusão vem se apresentando como exemplo de (re-)conhecimento social, beleza e desejável numa ampla reforma educacional. Na prática, porém, funciona como exclusão. Exclusão da relação inter e intrapessoal e da comunicação, exclusão da real participação, convivência e interação, tanto no ambiente escolar, como muito mais ainda no ambiente familiar que não desperta do luto da deficiência, permanece no argumento da perfeição e de que o filho de forma compensatória é capaz de realizar, sem perceber-se como modelo híbrido na formação da personalidade autônoma. Existe toda uma discussão filosófica, educacional e psicológica na constituição da personalidade e da educação das pessoas para conviver em sociedade. A criticidade e a revolução educacional são caminhos que estruturam e se baseiam na fundamentação ideológica do que é ensinar-aprender e muito mais ainda no papel da escola como emancipadora e estimuladora da autonomia apoiados invariavelmente pelo espaço familiar. Repensar o papel do binômio família-escola na educação de surdos é, acima de tudo, fundamentar e conceituar a acessibilidade e a inclusão social que carecem de conhecimento integrado entre os saberes populares e científicos. A presença articulada e interagida como forma complementar e convergente se refletem no discurso de FELIPE (2003) “A Educação para Surdos não pode se resumir a uma escolarização repassada por um intérprete, os novos embates e debates, agora, à luz de uma Escola Inclusiva que pressupõe uma Sociedade Inclusiva, não poderão mais ficar em dualismos maniqueístas: ouvintes x surdos, Escola Ensino Regular x Escola e Ensino Especial, Escola de Surdos x Escola de Ouvintes, que subjazem uma ideologia conservadora. O debate agora será em torno de um novo paradigma: uma Escola para Surdos e para Todos, porque nessa Escola, como GADOTTI (1989) afirma “a tarefa da educação” será “a tarefa essencialmente ligada à formação da consciência crítica. Quero dizer que identificaremos educar com conscientizar. O papel da conscientização de que nos fala Paulo Freire é essa decifração do mundo, dificultada pela ideologia; é esse “ir além das aparências”, atrás das máscaras e das ilusões, pagando o preço da crítica, da luta, da busca, da transgressão, da desobediência, enfim, da libertação” (FREIRE, 1995 e 2000)”. É essencial para as crianças surdas utilizarem a Língua de Sinais de sua comunidade com seus pais, com os profissionais da área educacional e com as pessoas de convívio mais próximo para que garanta o desenvolvimento psíquico, social, político e psicológico. É de fundamental importância a interação entre as crianças na sociedade, sem formação de guetos nem de comunidades isoladas, onde todos convivem e interagem física e linguisticamente. A convivência interpessoal e dialética deve ser percebida com naturalidade e refletida sobre os papéis sociais cuja vida, dignamente vivida, funciona como referencial histórico e cultural e não como modelo para ninguém. É preciso atribuir perspectivas e possibilidades humanas entendendo o surdo como um ser eficiente, que se comunica por outro canal e, conseqüentemente, tem outra língua. Uma Experiência, Reflexo do Paradigma da Educação A pouca qualificação profissional de professores e intérpretes atrelados a um contexto curricular defasado e carente de significados em sala de aula, repercute-se no abandono da escolarização e nos baixos níveis de satisfação, auto-estima e valoração do papel social da escola. Numa sala inclusiva onde todos recebiam os mesmos conteúdos diários surgiram dezenas de conflitos, as críticas à metodologia e a postura dos professores e intérpretes em sala de aula como: excesso de termos para conceituação, comunicação verbalizada rápida, sem direcionamento físico para os surdos com verbalização de costas para a sala e sem articulação labial fonética acessível para leitura labial, vocabulário rebuscado e repleto de sinônimos descontextualizados à Libras. Estes foram alguns dos pontos mais críticos observados pelos surdos na avaliação pedagógica. Abaixo alguns relatos de surdos sobre a qualidade do ensino e as necessidades para obter aprendizagem: “Também os professores falam muito, não tem claro, mas os surdos sempre olham o intérprete, não tem claro, não é igual aos professores. As matérias são muito difícil... os surdos não dá memória essa as matérias diferentes, também os ouvintes não tenha ajudam”(Depoimento de um pré-vestibulando) Outros conflitos na relação com os ouvintes que chegavam à sala mais cedo e guardavam lugar para os colegas que “tomavam” os lugares dos surdos que queriam sentar na frente. Mas os surdos não se esforçavam para chegar cedo, sempre atrasados quase 1 hora. “Na aula, os ouvintes surdos conclusão atrapalha um pouco mas professores falam muito rápido e muito escreve complicado quadro”. (Depoimento de um pré-vestibulando) Muitos desistiram do curso para trabalhar ou porque não acreditavam nas suas potencialidades acadêmicas. No final apenas oito chegaram ao vestibular. Nenhum sequer passou na primeira fase. “Acho impossível falou os surdos tem 10% de redação igual ouvinte nossos surdos estamos dificuldade de fazer uma redação perfeito como podemos fazer isso. Nós estamos com medo perder para futuro universidade acho perdemos este ano vestibular”. (Depoimento de um pré-vestibulando) Assim concordamos com o professor SKLIAR quando afirma que A escola atual não proporciona oportunidades para o desenvolvimento das identidades pessoais, ao contrário, dá-se prioridade às habilidades técnicas que são sugeridas pela lógica contemporânea do mercado. Esta lógica impõe, por exemplo, a inclusão de surdos em escolas regulares, justificando tal decisão com argumentos do politicamente correto, do fazer surdos mais eficazes, mais eficientes. SKLIAR, 1999, p.08 Consciência Social Inclusiva A construção de uma consciência social inclusiva se afirma pela livre convivência e pelo conhecimento e reconhecimento da diversidade como pluralidade e respeito às diferenças. A Libras, portanto, assume um papel lingüístico de permitir a comunicação, a interação social e a constituição da própria personalidade. É uma característica diferenciadora dos animais. A Libras como língua oficial é patrimônio da população brasileira, este status deve ser garantido não apenas por Decreto, mas acima de tudo, como motivação societária e sua utilização deve ser assumida em todos os currículos escolares e em todas as salas de aula como disciplina regular, tão mais do que as línguas estrangeiras, servindo de atributo social, político, econômico e cultural da população. A interação familiar possibilita a aquisição de valores culturais e morais imprescindíveis na formação da pessoa cidadã. Acreditamos que quando todos que compõem a sociedade brasileira souberem se comunicar fluentemente em Libras e com os surdos, poderemos interagir idéias e costumes universais rompendo barreiras sociais, divergindo dos preconceitos e convergentes para a consciência de sociedade inclusiva. FALCÃO, LUIZ ALBÉRICO é cirurgião-dentista, professor de Sociologia da Saúde na Universidade de Pernambuco e coordenador de ensino do Curso de Leitura, Interpretação e Comunicação da Língua Brasileira de Sinais – Libras nas Universidades Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; Universidade Federal de Pernambuco-UFPE e na Universidade de Pernambuco- UPE. FALCÃO, também, é aluno do Curso Técnico Tradutor-Intérprete de Libras e coordenador do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão Social e Libras, além de Conselheiro do CONED-PE E-mail: luiz_alberico@yahoo.com.br